As Trombonetes
Bicas,
sempre almejou possuir uma rádio AM ou FM e depois de muita polêmica,
pirataria, disputas, elogios, trocas de farpas, episódios passados extraídos do
fundo do baú e outros “arranca rabos”, finalmente conseguiu e hoje tem até duas
rádios FM.
Não sei e nem quero saber se
elas possuem ou não uma concessão federal de funcionamento. Também depois da
distribuição em massa de concessões pra manter o magnífico Sirney por cinco anos na presidência e com uma inflação galopante
(?) que ninguém nem sabe mais o que é isso, pra que precisa de concessão????????
Tudo bem, eu sei que todo
brasileiro comete, uma vez ou outras, pequenas
transgressões e até algumas contravenções, tais como: urinar na beira da
estrada, fazer uma fezinha com aquele apontador de sempre, esquecer de declarar
uns capilés
no IR, comungar sem ter contado todos os “milagres”, desejar inadvertidamente
mesmo que por uma fração de segundo aquela pessoa, do sexo oposto ou não, das
proximidades ou distantes (da TV ou do cinema...), dirigir acima da velocidade
permitida e ultrapassar em local de faixa dupla, comer de boca aberta e praticar flatulências em locais públicos,
etc.
Nisso, as rádios estão
funcionando e conseguindo sobreviver com parcos recursos e muita improvisação.
Tem música, notícia, serviços de utilidade, informação, propaganda, programas
de todo tipo, plantão de polícia, câmara de vereadores e prefeitura.
Os anunciantes (de Bicas ou da
grande Bicas) querem o melhor comercial, do nível do publicitário WASHINGTON
OLIVETTO, jingles inesquecíveis, tiradas inesperadas, etc.
Já os locutores e DJ's, devem
ser carismáticos, com aquela voz envolvente, bem informado e de repertório
universal (pagode, axé, funk, baladas e MPB). Esses caras é que fazem da rádio
uma grande audiência.
Claro que os programas matinais
tentam fisgar quem está trabalhando, em casa, nas fábricas, oficinas, comércio
ou numa casinha de sapê...porém as rádios querem mesmo é audiência total, tipo
rede globo...Todo mundo ligadão na FM do
coração!!!
Um programa que tem dado uma
audiência expressiva é o Boca no
Trombone!
Esse programa partiu de uma
idéia simples e repetida, sem praticamente nenhum custo de produção (!), onde a figura principal é o ouvinte. O
telefone toca o Carlos atende com aquele seu jeito simpático (herdado do
saudoso Pedro Avelino) e o caboclo reclama de alguma coisa que está te
molestando, te incomodando ou te perturbando...
Geralmente o vilão da história é a Prefeitura da
cidade, ou o prefeito, ou algum funcionário da prefeitura.
A grande maioria dos
reclamantes são mulheres e dentre elas a grande maioria é contra a atual
administração...Isso é que dá ibope...Ninguém vai ficar grudado no radinho
ouvindo pessoas enchendo a bola do prefeito, da administração ou de quem quer
que seja.
A galera quer ver é o “bicho pegar”, quer ver o circo pegar
fogo (gíria do século passado), ou o trapezista se espatifar no chão, quer
saber quem é o bandido da história.
Nesse meio tempo surgiram
aquelas mulheres que tem cadeira, digo, telefone
cativo e direto com o trombone, digo, programa. E desandam a falar do
hospital, do lixo, da Saracura, da falta de remédio, do mau atendimento, do
prefeito, do secretário de obras, dos vereadores, do abrigo dos taxis em
logradouro público, das construções irregulares, do Mother Joana River, dos
cavaletes guardando vaga, dos carros com
som automotivo a 150 decibéis no âmago da madrugada nas portas das casas
alheias, das regalias de uns e outros, etc.
Eu gostaria de sugerir aos
produtores do programa, que com o aumento vertiginoso e constante da audiência,
inserisse novos componentes no negócio, já que a mulherada, cadeira cativa, está
bombando no dial do seu falante!!!
Sugiro que essas participantes
cativas e reincidentes formem um grupo, AS
TROMBONETES!
Claro que dentre elas não tem,
ainda, nenhuma Sabrina Sato, Rita Cadilac, Tiazinha ou Mulher Melancia, porém
quem sabe daí não surja alguém com dotes artísticos e descubra seu verdadeiro
dom.
As Trombonetes poderiam
participar mais da vida da cidade, não apenas trombonetando quem quer que seja, mas executando ações humanitárias
(não só malhando), arrecadando recursos para a recuperação do hospital, do
albergue, do asilo e de um monte de ONGs de ajuda e apoio...
Essas trombonetes não precisam
usar aquelas micro roupinhas assanhadas, já que no rádio ninguém vê nada, inclusive em terra de surdo quem escuta é
rei?!!!??!
Outra sugestão é que elas
poderiam ser conhecidas com nomes de guerra do tipo: Santinha de Santa Helena,
Danadinha do São Manoel, Barraqueira do Morro, Sarada da Saracura, Dengosa da
Parte Alta ou Nervosa da Cutieira...
Nessas alturas...só ressuscitando o CBVJW-5!
Amilcar não põe a boca no trombone!