sábado, 22 de fevereiro de 2014

O Ranzinza da Praça




Moro na praça há praticamente 60 anos se contados os 9 meses de gestação...

Lembro bem quando ainda moleque, a praça era de terra batida, empoeirada, pé de canela e sem automóveis e principalmente o tal do som automotivo...motivo pra aborrecer qualquer cidadão...

Depois veio a primeira grande reforma com estilo Niemayer e arquitetura moderna onde se destacavam o painel em curva, a pavimentação, os bancos e o espelho d’água. Depois de muitos anos outra grande reforma onde os destaques foram: a calçada de pedra portuguesa, o coreto e o chafariz.

Mais recentemente, alguns retoques como o relógio (parado) de flores, o parque infantil e a poda sistemática das sombras, digo, de árvores.

Nesse interim a frota de veículos cresceu assustadoramente e na nossa cidade já existem mais de 3.500 veículos circulando e estacionando pra lá e pra cá.

Cadê as vagas? E os cavaletes? E a proliferação de táxis nos pontos de maior comércio? E as "quitandas" a céu aberto? E os comerciantes entulhando as calçadas de produtos e mesinhas?

Quem tem garagem as vezes é surpreendido, principalmente, nos finais de semana, casamentos na igreja ou encontro de “som sem motivo nas alturas”, diga-se de passagem, irregular perante as leis e nocivo a saúde de qualquer animal, irracional ou não, civilizado ou analfabeto!!!

De uns tempos pra cá, o entorno da praça começou a ser tomado por ambulantes, que passaram a fixos com a anuência do poder executivo (sem a devida atribuição pra doar ou aprovar esse tipo de ocupação).

Aliás os prefeitos (todos do Brasil), se acham na condição de “achar que podem”, de concordar e liberar espaços públicos (logradouros, cursos d’água e outros), pra pessoas erguerem residências, lojas, abrigos e trailers sem o consentimento prévio da população, leia-se Câmara de Vereadores!!!

Quem tem imóvel na cidade, mais precisamente no entorno da praça, está sendo visivelmente prejudicado e tendo seu patrimônio, diga-se de passagem de novo: tradicional de família, desvalorizado sistematicamente, porque o Beltrano deixou ou autorizou o Fulano construir nas vagas de automóvel ao redor da praça!!!

O trailer mais antigo “plantou” uma cobertura metálica sobre o seu estabelecimento que tinha rodas e agora já nem tem mais e o poder público é conivente? Como é feito esse negócio? Existe escritura, matricula, título de propriedade desse naco de terreno na área mais valorizada da cidade? Será que qualquer cidadão pode pleitear seu pedacinho?

Logo depois apareceu outro. Esse além da poluição do ar com óleo e fritura, ainda começou com cilindros de gás extremamente inseguros até que, de tanto gritarmos com alguns vereadores, trocaram por botijões, que se explodirem o estrago será menor.

Não satisfeito, o empresário das frituras com gorduras trans e saturadas, abriu uma “filial” na praça com direito a iluminação pública gratuita...Nóis tamo nu bico do urubu, cumpadi!!!!  

Tô falando da praça, mas a cidade vem sendo tomada por esses indivíduos e suas construções e puxadões, que votaram no fulano, trabalharam na campanha e ajudaram uns e outros na eleição. O Brasil começa aqui!!!

O PT em Brasília, a onze anos no poder, vem fazendo a mesmíssima coisa: aparelhando a máquina e loteando estatais. Olha os casos da Petrobrás e da Eletrobrás...Depois o Blatter (FIFA) mete o pau e a Dilma prefere o conforto de uma suíte presidencial no Hotel mais sofisticado em Lisboa...Diária de R$ 26.000,00!!!



Amilcar não é ranzinza!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Viajar é preciso 2



Depois que você vai a primeira vez, fica logo se achando o maior viajante do planeta.

Tem gente que sai do país naquelas famosas excursões de vários países em 12 dias e volta querendo montar uma agencia de turismo “diferenciada”, incorpora um guia turístico experiente e viajado.

Eu comecei assim também e hoje estou mais calmo, estou mais concentrado num lugar só. Uma viagem intercontinental é muito cansativa e não há tempo a perder com malas e traslados. Mudanças de cidades e de hotéis, geralmente cansa, irrita e o tempo passa...

Todo mundo tem a sua viagem inesquecível ou ainda está programando uma. Não importa se você está sozinho ou acompanhado, importa é tudo correr bem e o local escolhido realmente corresponder.

Há alguns anos atrás tive a oportunidade de conhecer uma parte do México, mais precisamente a região de Yucatan, onde está Cancun.

Naquela época era necessário um visto do consulado mexicano, que fica Rio de Janeiro, pois a fama do brasileiro é de entrar clandestinamente nos EUA pela fronteira com o México. Tudo bem, dá trabalho, mas a vida de turista é assim mesmo.

A operadora era a maior do Brasil, Soletur, com pacotes pra todo canto com voos fretados e hotéis conveniados. Adquirimos um pacote de 7 noites, Varig e hotel quatro estrelas...o básico.

Fomos em quatro:  as patroas, o Virgulino e eu...época de boas vacas gordas e substanciosas, fomos pro Galeão com chofer e carro importado, uma Variant alemã de cinema.

A sensação de liberdade era tanta que no Boeng 737, fomos convidados pela tripulação a ficar na cozinha com todas as biritas e rangos a disposição...as vezes ser inconveniente rende dividendos...o problema é que álcool não combina com altura e dar retorno em banheiro de avião na hora dos procedimentos de aterrissagem, com pouca pressurização...tudo o que era pra cair, subia e o que era pra subir descia...foi um caos.

Tudo bem, extrapolamos mas chegamos sãos e salvos com uma ótima notícia...fomos passados para um hotel cinco estrelas, um tal de Intercontinental, com praia particular de coqueiros e água da cor mais transparente que eu já tinha visto...piscinas e cascatas, hidros e canteiros com iguanas incríveis e estáticas.

O café da manhã, ou melhor um buffet de tirar o fôlego de qualquer glutão, tinha omeletes e wafles, croissants e frutas, filet mignon e frutos do mar, sucos e vinhos...né brinquedo não...eu ficava pelo menos uma hora e meia tomando café...ou mais...

Cancun é um balneário pra americano, mas descobrimos alguns passeios que considero sensacionais: o primeiro a Ilha de Cozumel, mergulhos e um pôr do sol de deixar o caboclo sem som...depois uma área de proteção ambiental e parque temático “X Caret” onde nadamos com colete flutuante, pé de pato e snorkel, num rio subterrâneo de águas cristalinas, simplesmente maravilhoso e pra completar com chave de ouro, em outra empreitada fomos, para o interior do país, meio deserto com cactos, conhecer um Sitio Arqueológico Maia, incrível, lindo, fora de série ou melhor sensacional: a pirâmide  de Chichén Itzá e seus 365 degraus, escalamos e nos deslumbramos. Me senti um “faraó maia” lá do alto...hoje já não é mais permitido subir (vândalos, pichações, etc.). Chic não?

Bifes de chorizo argentinos, Hard Rock Café, comida mexicana, tacos, Mariachis, tequilas e margueritas... ô vidinha mais ou menos, sô!

No último dia ainda comemos umas lagostas do Caribe com rum e aproveitei pra fumar um havana Monte Cristo...de lamber os beiços. Patrocínio do Virgulino...Mais uma vez obrigado!

Como ninguém é de ferro a volta nos foi oferecido, por mais 200 dólares por cabeça, o setor executivo da aeronave...só deu nós. Oito horas de voo o jeito que eu sempre quis: poltronas largas, espaço pra deitar, atendimento vip, refeições diferenciadas, champangne e outros obséquios sem explicação...de repente o Galeão.

Ô trem bão, sô!!!      



Amilcar sabe vestir...não tem é roupa!!!

sacadinha do pum