terça-feira, 25 de julho de 2017

Desafetos



No final do ano passado, em momentos de reflexão que a grande maioria das pessoas faz nesse período, disse que gostaria de fazer várias coisas ou prometi que faria, nesse ano.

Dentre essas “promessas” as mais complicadas de cumprir, acredito, vão continuar sendo promessas: aumentar substancialmente os meus ganhos financeiros e reduzir progressivamente o número de desafetos!

Dizem que quem trabalha não tem tempo pra ganhar dinheiro. Eu já tenho certeza que pra ganhar e juntar dinheiro a pessoa tem que ter duas coisas em mente: Primeiro - Ganhar dinheiro de alguma forma, trabalhando, por exemplo. Emprestando dinheiro, se elegendo deputado estadual ou federal, ganhando nas centenas de loterias da Caixa (jogo do bicho, caça níqueis e cassinos não podem) ou recebendo uma polpuda herança...

Segundo: Pare de gastar. Ande a pé e venda o carro. Faça meia sola nos sapatos e tênis, apague as luzes, TV por assinatura só aquela clandestina, faça um “gato” nas ligações de água e energia, reaproveite as roupas, beba apenas água, pegue carona, evite cartórios, reaproveite o fio dental e o lado oposto do papel higiênico, etc.

Vejam vocês que não é tão difícil juntar dinheiro, basta força de vontade e um pouquinho de pão durismo!

O que vem me preocupando, nesses últimos 62 anos, são os desafetos, ao invés de diminuírem em quantidade e qualidade, estão aumentando de forma desproporcional aos meus anseios...

A quantidade de desafetos, que obtive até hoje, foi conseguida ao longo dos anos e a grande maioria foi de forma involuntária ou inusitada. Afinal eu não sou um produtor de desafetos ou de pessoas que preferem se aborrecer pra sempre comigo sem ao menos me dar a chance de mostrar-lhes que estou sempre certo, mesmo que em algumas situações eu não tenha tanta certeza disso.

Minha formação profissional, meu tamanho e a genética de família contribuem muito para que meus desafetos, antes de me conhecerem, já terem uma ideia quase equivocada a meu respeito.

Me formei em engenharia, depois de muita luta e insistência do Sr. Amilcar e de Dona Zélia, meus pais, já que fui considerado um caso perdido durante o período estudantil. Não por ser tapado, mas por ser irresponsavelmente intolerável dentro de uma sala de aula... Inclusive, alguns professores são desafetos, até hoje, por conta desse período rebelde.

A formação profissional é fundamental pra qualquer pessoa e insere no caboclo regras de convívio muito obvias, mas que nem todos estão dispostos a segui-las, por exemplo na minha área de atuação: a calçada é pública não pode ser obstruída, nem utilizada de forma contrária ao transeunte, nem desalinhada; os cursos d’água, mesmo poluídos, não podem ser adulterados, alterados, edificados ou ocupados; as vias públicas não podem ser ocupadas por cobertas, por fast foods, para expor mercadorias, pra lavar automóveis ou vagas exclusivas; fogueiras e fumaças com queima de lixo de quintal.

Atualmente a regra de convívio pacifico que mais vem sendo quebrada é a da produção de ruído de péssima qualidade a partir do chamado “som automotivo”.

Meus desafetos principais, acredito, surgiram dessas observações. Basta sair na rua e tudo isso aparecer na sua frente como as falcatruas do Temer e sua base, mais o PT e seus militantes aparecem todo santo dia nos jornais e revistas, aprontando e quebrando regras triviais do bom convívio...

Muita gente (leia-se pouca) que ainda não se tornou desafeto e por isso mesmo tem grande potencial para sê-lo, já me falou: - Liga não pro cheiro de gordura que emana do trailer em frente.

- Deixa o cara guardar o caminhão de brita, de tijolo e de saibro na calçada. É só por alguns meses...

- Finja que ainda são 7 da noite, agora as 2 da madruga e não escute esse funk lindo a 300 decibéis que entra dentro do seu cérebro como uma música de ninar...

- Pra que se preocupar com essas construções sobre os cursos d’água, afinal tá todo mundo construindo, né mesmo?

Bem e por aí vai. São inúmeras interferências na sua área de convívio que nem dá pra reclamar das calçadas com rampas sem os devidos 8,33% de acessibilidade, quando na verdade as lojas é que teriam de se adaptar.

Nisso, meus desafetos antigos foram recrudescidos e vários novos vêm surgindo em profusão exponencial, inclusive escrevendo e expondo essas observações tenho certeza de novos adeptos. Tô pensando em criar um grupo de seguidores que provavelmente não vão me seguir: serão desafetos!

Dessa forma, já confirmado como idoso e sem conseguir diminuir a quantidade de pessoas que não me toleram e vice-versa, vou tentar melhorar a qualidade desses indivíduos, do meu ponto de vista, é claro, não aceitando qualquer um!

Não me venhas querer dizer que não me tolera, que me acha um bostão, que adora denegrir a minha imagem, tentando a adesão de qualquer “zémané”.

Não aceito!

O candidato tem que ter pedigree, ter tradição, ter feito algo de útil, ganhar a vida honestamente e principalmente evitar ler essas crônicas!!!

terça-feira, 18 de julho de 2017

Perdeu Brou!



Quem nasceu no Brasil no século passado ou mesmo nesse século, pode apostar: está no meio de duas facções criminosas!

Se você é classe média então, essa situação fica mais evidente, mais clara, mais incorporada no seu dia-a-dia e a tendência é temerbrosa, é dilma sensação letárgica, sinistra, morfética, ou seja: Você perdeu brou!!!

Dizem que pra pagar os tributos, impostos, taxas, emolumentos e cartórios nosso comprometimento financeiro é de até 5 meses por ano de salários e/ou renda obtidos com suor, com trabalho, muita luta e o nosso talento, que vai ficando cada dia mais escasso.

Por outro lado, os 7 meses restantes são consumidos com saúde, mais educação, transporte e habitação. Alguns ainda conseguem consumir alimentos e lazer... Já diziam Os Titãs: “a gente num quer só comer...”

Até aí tudo bem, só que a maioria dessas despesas poderiam ser bem reduzidas, se nossos governantes não fossem tão “gueludos” ou corruptos. Tudo que se paga de tributo é mal aplicado, é roubado e gasto com o excesso de funcionários inoperantes, a começar pelas prefeituras. 
Olhe pra prefeitura da sua cidade e veja a quantidade de funcionários se esbarrando pelos corredores e logradouros públicos do município...

No estado é outro absurdo. Pra citar um exemplo: a bela e dispendiosa Cidade Administrativa, criação absurda e inconsequente do ex governador e senador enganador no qual eu e mais 50 milhões de ludibriados desperdiçamos o voto.

Aquela obra de ficção é um complexo de escritórios sofisticados, cargos e salários, pelegos, aspones, asmernes, tapetes, cortinas, elevadores, crachás, sistemas de segurança e prevenção de incêndios mais outras frieiras e erisipelas, difíceis de mensurar.

A folha de pagamento dessa massa balofa, falida, colesteroida e burocratizante, é de arrepiar os pentelhos do final da sua coluna vertebral!

Só pra tentar entender o tamanho do gasto, vejam a quantidade de chefes, superintendentes, gerentes, secretários e outros seres remunerados com o dinheiro descontado do seu trabalho, que além dos seus belos e vistosos vencimentos, geralmente acima da média nacional, ainda desfrutam de várias benesses como: carro novo com motorista 24h/dia, plano de saúde top de linha, secretárias, diárias, hotéis, farras, almoços, jantares, coquetéis, papel higiênico, passagens aéreas, etc.

Se você virar de lado e olhar Brasília vai enxergar que sua cidade e seu estado, na verdade são fichinhas, estão engatinhando em matéria de gastança, em matéria de torrar com força desproporcional a riqueza que produzimos. Ô inocente, sô!

Estamos vivendo sob organizações criminosas há muito tempo. Vejam só: do fim da revolução militar até os dias cinzentos de 2017: 5 anos de Sarney. Collor. Troca de moeda, troca de favores, troca troca e nóis ó... Depois de outras verdadeiras avalanches fomos soterrados em 13 anos de populismo cruel e criminoso, liderado pelo núcleo do “Power Point”, chefiado por um sujeito semi analfabeto e sua gangue. Dizem até que ele tá comendo a presidente do partido... nesse caso vai uma advertência do cronista: ela só pode ter raiva de seu aparelho genital?!?!?!?

Por outro lado existem as facções realmente criminosas, com bandidos armados até os dentes, fuzis e metralhadoras, poder paralelo que de dentro das penitenciárias de segurança máxima, comandam todo tipo de anomalia nas cidades. Queima de ônibus aos montes já virou brincadeira de menino.

Passeatas com quebra quebra são totalmente liberadas e assistidas ao vivo pelas Tevês pagas.

Assaltos a carro forte, roubo de caminhões e cargas, desmanche de automóveis que depois você compra de volta num precinho camarada e alimenta o círculo criminoso.

Balas pedidas e tuneis mal assombrados é só dar uma voltinha no Rio de Janeiro se conseguir atravessar a Linha (do Comando) Vermelha ou Linha (da febre) Amarela...

No trânsito as mortes superam as mortes da guerra na Síria sem bombas e sem tanques, apenas com imprudências de todos os tipos e com carteira de motorista falsa comprada em qualquer esquina, assim como provas de vestibular em toda faculdade do país!!!

Nisso, você meio passado, estragado de tanta pancada, já tendo sido vítima de um sequestro relâmpago e devendo o resgate pra alguma instituição financeira em suaves centenas de prestações com juros de 3º mundo, ainda vira de frente pra mim e diz: Isso que tá acontecendo no Brasil já é o filme ou ainda é só o trailer???  
Perdeu Brou! 

terça-feira, 4 de julho de 2017

O Procurador



Há alguns anos passados, eu escrevia para o jornal "Diário Regional", quando a Prefeitura de Juiz de Fora instituiu em seus quadros de funcionários a figura do Ouvidor do Município.

Naquela época, pra provocar o Prefeito Tarcísio Delgado, que estava sendo cobrado, pelos seus adversários, por nunca ouvir o “clamor das ruas”, fiz algumas sugestões para o processo seletivo desse novo cargo que se criava.

Sugeri que uma pessoa apta para ocupar a pasta de ouvidor teria de preencher alguns quesitos: Ter orelhas, escutar bem ou não ser surdo, atender e anotar os pedidos, etc., além de lembra-lo que Deus fez o Homem com duas orelhas e uma boca, justamente pra escutar mais e falar menos...

Nos dias atuais estamos as voltas com a maior reviravolta política no Brasil desde a inauguração de Brasília ou o suicídio do Getúlio ou ainda a Ditadura Militar. Nesse emaranhado de falcatruas executivas, legislativas e judiciárias surge nada mais nada menos  que a figura, anteriormente, quase desconhecida do Procurador da República!

Fico aqui pensado: O que faz um procurador? Quais são suas atribuições? Quem nomeia essa pessoa? E a formação necessária para ocupar esse ministério?

Bem, são tantas indagações, que as pessoas de bem, as pessoas que pagam toda essa despesa onerosa pra manter a corrupção endêmica e voraz que assola a nação, esses pelegos aparelhados pelo PT e mantidos pelos outros partidos da base, etc. e tal, que fica a dúvida: E SE ELE ACHAR? 

Diz o velho ditado: “Quem procura acha!”

Na minha opinião de desinformador de opinião, acho que pra ser procurador ou se candidatar a procurador geral da união, o caboclo tem que sair escarafunchando tudo o que vê pela frente, tem que procurar o dia todo.

Ao acordar o sujeito já vai procurando dentro da sua própria casa pra ver se alguém da família está escondendo alguma coisa, se tem gente no armário, se tá faltando alguma coisa na casa, se seu carro tá na garagem, se tem pasta de dente ou se alguém sumiu...

Depois que o cidadão é escolhido pra ser o procurador da nação fica fácil por que, além de muita coisa pra procurar e que vai achar de montão, tal qual: funcionário público levando a vida de magnata, estilo de vida incompatível com a remuneração, deputados, senadores, juízes e todos os demais voando pra cima e pra baixo em jatinhos particulares, entre e sai de doleiros e outros bandoleiros nos gabinetes oficiais em horas impróprias, mansões no Lago Paranoá, em Angra ou em Trancoso, etc., etc., o procurador sabe por onde começar e terminar sua busca: em Brasília!

Já a formação dessa pessoa, deve ser de nível superior e com cursos no exterior, daqueles mais “procurados” ou procurar alguma universidade, procurando ser o melhor da turma. Pode apostar que se fizer isso você seguramente vai ser “procurado” pra ser PROCURADOR!

Além de praticamente viver procurando e achando político de conduta inadequada, político acompanhado de maus elementos, políticos com ligações perigosas e transgressoras, o procurador tem que ver aonde tem bambu, pois se tem bambu tem flecha!!!

O mais incrível pra ser procurador é que ele é nomeado pelo presidente da república, assim como os juízes do supremo. Então de cara o elemento nomeado fica numa sinuca de beco, digo num beco sem caçapa, quer dizer: numa sinuca de bico... O cara deve pensar: Pô quem me nomeou foi o Inácio e quem me paga é o povo. Onde devo procurar afinal?

Acredito que pra consertar o Brasil deveríamos ter mais procuradores, muitos procuradores, milhares de procuradores, por que dessa forma ninguém iria saber ao certo quem é procurador ou não. Quem tá procurando e o que. Com isso esses facínoras, larápios e bandidos do colarinho branco sujo, pensariam duas vezes antes de cometer o delito: -Será que o Angorá é procurador? – O Italiano tá procurando alguma coisa? – Quem é procurador afinal nesse país?

Acho até que pra facilitar a vida dos procuradores deveríamos voltar ao velho oeste quando o xerife pregava o cartaz: Procurado Vivo ou Morto.

Claro que sempre vai aparecer aquele cara que esconde melhor, aquele sujeito insuspeito que ninguém nem pensa em procura-lo. Toda regra tem absorção, digo tem absorvente, quer dizer: tem exceção!!!

O maior problema do procurador, depois de passar em todos os testes, estudar no exterior, ser sabatinado pela nata do congresso irracianal, digo nacional e ser nomeado pelo vice da impitimada, é chegar em casa, exausto e ouvir a patroa: -Janozão, um tal de Gilmar tá te procurando que nem um louco e quer te achar hoje... sem falta!


  

sacadinha do pum