No país do futebol onde surgiu a
expressão “canelada”, que quer dizer: um chute ou pisão nos ossos da perna (Tíbia e Perônio) do
jogador, inventaram a caneleira. Um artefato pra amenizar as
trombadas, carrinhos e solas dos cabeças de bagre, digo cabeças de área.
Das contusões no tornozelo surgiram as
tornozeleiras e do jeito que a coisa vai, daqui uns dias surgirão as peitoleiras,
as pescoceiras e até as orelheiras...
O problema é que o Brasil não é mais o
país só do futebol, inclusive depois dos 7 x 1 na copa, muitos observadores
internacionais já enxergam o nosso país como o país da brincadeira... de mau
gosto!
O sistema carcerário desse país cheio de
leis pra ladrões de galinha e devedores
de pensão alimentícia está com um déficit de 140.000 vagas, fora a turma do
petrolão, nas prisões e penitenciárias.
Como reverter essa carência se cada dia
que passa o próprio governo dá o exemplo de como burlar a justiça, de como
transformar singelos, ingênuos e éticos partidos políticos, em verdadeiros
conglomerados de criminosos do colarinho branco sujo de combustível fóssil???
Foi então que surgiu mais uma grande ideia
da turma dos PTogados, digo, togados e suas capas esvoaçantes: a prisão
domiciliar!!!
O cara faz o escambal de Madureira,
entope o meio fio e ainda zomba do leão, depois, como as cadeias estão superlotadas,
vem o nobre togado cheio de embargos infringentes mais os afagos generosos multiplicadores
de patrimônios que só chove naquela horta e manda o cidadão pra ser reinserido na sociedade, curtindo uma
breve prisão domiciliar...
Pra ter certeza de que esse pequeno ser
nocivo e predador dos bons costumes não vá parar em Monterosso,
Vernazza, Corniglia, Manarola ou Riomaggiore, sua estadia domiciliar será
controlada por uma linda tornozeleira eletrônica!
Esse
dispositivo de monitoramento do elemento muito bem enquadrado no código penal
brasileiro, como não poderia deixar de ser foi inventado pelos irmãos americanos
do norte, Ralph e Robert Schwitzgebel, em 1964. Porém somente em 1983, um juiz
do estado do Novo México, Jack Love, resolveu aplicar o dispositivo depois de
ler um gibi do Homem Aranha, em que o bandido colocou uma pulseira no seu herói pra
tentar descobrir sua identidade...
No
caso dos empreiteiros, essas tornozeleiras eletrônicas obrigam os condenados ou quase, a não saírem
de casa, mas não impedem que os mesmos participem dos pregões eletrônicos. É a
tecnologia a serviço da lei!...Do mais forte!
Eu
sou muito favorável a essas novidades tecnológicas, principalmente quando a
solução traz economia pros cofres combalidos da nação.
Acredito
também que no futuro alguém vai inventar um chip pra colocar no dinheiro
arrecadado dos impostos e aí todo mundo vai saber, inclusive o judiciário, onde estão indo esses bilhões de
reais...
Nisso tem uns caboclos e caboclas também, que se forem pegos ou deletados, digo, delatados, pra conseguirem
esse artifício jurídico de poder cumprir suas suaves sentenças em suas
modestas mansões, triplexes, iates e latifúndios, deverão usar pelo menos uma tornozeleira
em cada perna, uma pulseira em cada braço, uma coleira, além de anéis e brincos
eletrônicos...senão o bicho foge...
Quem
já usou essa engenhoca disse que vem impresso no aparelho: Made in STF (solution
tornozelal fictícia).
Claro...
isso é pura ficção!!!
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