Sou do tempo em que as mulheres usavam anágua,
grampo e bobes nos cabelos. Hoje em dia elas vão pro salão, pro cabelereiro,
coiffeur, mega hair, etc.
Inclusive, observando as coisas que mais tem nesse país, uma dessas é salão de cabelereiro ou salão de beleza, onde as mulheres e os homens entram meio que passados e saem renovados. Pelo menos essa é a ideia.
Inclusive, observando as coisas que mais tem nesse país, uma dessas é salão de cabelereiro ou salão de beleza, onde as mulheres e os homens entram meio que passados e saem renovados. Pelo menos essa é a ideia.
O problema é que nesses salões o papo rola leve,
solto e a vida das pessoas é contada em verso, prosa e do avesso. Dizem até que
o grampo, assim como os bobes (que são ferramentas usadas nesses estabelecimentos
de valorização do visual e de versões do cotidiano da vida alheia dos
frequentadores e outros), acabaram se transformando em sinônimos de escutas
telefônicas e/ou de gravações ocultas.
Recentemente tudo tem sido alterado no Brasil
com a divulgação dessas informações produzidas pelas vozes mais famosas da
nação. Sem desmerecer o Cauby Peixoto, é claro.
São conversas gravadas em reuniões de dois ou
mais estadistas graúdos e em telefonemas ocorridos no meio das madrugadas de
Brasília, São Luís, Maceió (ó, aqui pra você!), Boa Vista em Roraima, onde
deveriam morar esses facínoras, digo, delinqüentes, quer dizer, esses
investigados...
O nível das conversas é de alto teor mafioso e
conspiratório contra a maioria avassaladora do povo brasileiro. É conversa que
até o Alexandre Frota definiu como pornográfica. Aliás ele comparou seus filmes
com esse longa ladroagem, digo metragem que estamos vendo todo santo dia,
noite, madrugada e de manhãzinha onde chegou à conclusão que seus filmes são “sessão
da tarde”, perto desses autênticos “cult movies”?!?!?!
Depois de escutarmos esses diálogos recheados de
“nós somos a razão desse país existir”,
os meios de comunicação são obrigados a divulgar mais algumas lorotas dos
envolvidos e seus bem remunerados advogados.
A legislação exige que os direitos de resposta e de defesa, indefensáveis e com respostas pra tudo, desses operadores, sejam ouvidos...
A legislação exige que os direitos de resposta e de defesa, indefensáveis e com respostas pra tudo, desses operadores, sejam ouvidos...
Procurado pra comentar o grampo, o Biônico do
Amapá disse que: "nunca fez escalada no Aconcágua (Andes), não usa a gráfica do senado e detesta música
sertaneja universitária..."
Já o maior produtor de gado fictício das
Alagoas, afirmou que "a implantação capilar premia quem cedo madruga e que 2/3 da
área ocupada melhorou seu visual", apesar de sua aparência meio caatinga fashion.
O assessor do "Cupido do Sertão Nordestino", O
Graúna (popularmente conhecido como vira-bosta) disse que: "- É mentira! Nunca voei de
parapente sobre os lençóis maranhenses e não pinto meus cabelos..."
Outro nobre e sinistro membro da mesma base, que
está sempre de comum acordo com os acordos firmados para abastá-lo de recursos de
origem duvidosa, rebateu as acusações: -
É inadmissível que por mais que façamos e contribuímos para que o direito de ir
e vir seja mantido, nunca vamos e nem chegamos ao fim desse procedimento.
A empresa contratada para executar o trem bala,
através de sua assessoria jurídica, informou que "pelo fato de haver muita bala
perdida pairando sobre as suas cabeças, a ciclovia é pra quem tem asa delta,
quer dizer, bicicleta."
Também citada nas entrelinhas, a Impedida, mandou
agradecer a dupla Kleiton e Kledir pela melô do golpe e cantarolou:
"Deu par ti
Baixo astral
Vou pra Porto Alegre
E tchau..."
Finalmente o caboclo palestrante, ministro de hotel, que frequenta o sítio do
amigo e o tríplex do minha casa minha sina, disse que: - Não sei de nada, não vi nada, não sei nadar, não conheço ninguém, não
tenho sobrinho nem amante e sou candidato em 2018!!!
Até o fim dessa crônica não conseguimos falar
com mais ninguém...
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