Estou lendo a
autobiografia da incrível Rita Lee, revivendo alguns momentos da MPB e também
da minha existência, já que muita coisa, que ela conta de forma totalmente
despudorada, é da nossa geração: anos 60/70/80...
Lembro muito bem, não
digo como se fosse hoje, mesmo por que lá se vão 50 anos mais ou menos, quando
ganhei do meu pai um compacto duplo dos Beatles, Help!
A música já era parte
da minha infância, minha irmã estudava piano e a bossa nova entrou como uma
fragrância pelos meus tímpanos. Os festivais da canção apresentavam
compositores excepcionais e músicas verdadeiras obras de arte.
Na minha casa, onde
moro até o momento, existia uma “eletrola” e discos de vinil com vários estilos
musicais. Inclusive um Bill Halley and his Comets com o sensacional rock Ao balanço das horas
(Rock Around the Clock)!
A ditadura militar
dificultava e censurava a cultura nacional, porém o rock, inglês e americano, rolava solto nas
rádios e discos. Os Beatles lançavam discos fundamentais a cada ano: Revolver, Sg. Pepper’s e Abbey Road. Os
Rolling Stones carimbavam “Satisfaction” e assim caminhava a humanidade.
Rivalizavam para o bem
do rock, John Lennon e Paul Mcartney (com o rock bem elaborado), versus Mick
Jagger e Keith Richards (com blue rock crú). Acredito que daí surgiram os
seguimentos conhecidos como rock progressivo e o hard rock, além de outros
estilos.
Um dia me apresentaram
o Cat Stevens, o Genesis (com Peter Gabriel) e o Yes (com a formação básica) de
uma só tacada. Era 1970 e o Let it be ainda dominava, só que muita gente já
estava fazendo coisas incríveis no rock além das várias tendências de “pegadas”.
No Brasil muita gente
boa, influenciada ou não pelo rock mandava bem como o Som Imaginário, O Terço,
O Som Nosso de Cada Dia,Os Mutantes, Secos e Molhados, de Minas o Vox Populi, o Sagrado Coração da Terra, o rock rural do Sá, Rodrix e Guarabira.
Nessas alturas, eu
meio perdido entre o Clube da Esquina (que tem pegadas de progressivo barroco),
do Egberto Gismonti (simplesmente um absurdo com Academia de Danças e Corações
Futuristas) e do Hermeto Paschoal
(desconcertante ao vivo em Montreaux), passei a me interessar até hoje e sempre
pelo Genesis, Jethro Tull, PFM , Nektar, EL&P e outros dinossauros.
Pode espernear quem
quiser, mas o rock quando bem elaborado não tem pra nenhum estilo musical e
sempre me surpreendeu.
Certa vez um amigo me disse: -Você gosta de rock, de progressivo (que é
um rock mais melódico com pegadas eruditas), né mesmo?
Eu disse: - Claro!!!
- Então tente escutar uma banda holandesa chamada FOCUS!!!
P#u@ta que pariu! Que
musica linda! Progressivo instrumental com a guitarra mágica do Jan Akkerman.
Tente escutar a fenomenal “Streetwalker” (já em carreira solo), depois
cê me fala... (o Focus esteve recentemente no Cultural em JF, sem o Jan
Akkerman, mas com o Thijs van Leer).
Já meio sem respirar,
vem outro rockman e me apresenta um
grupo totalmente desprovido de regras e conceitos: Gentle Giant! Não dá pra acreditar nos vocais e reviravoltas dessa
banda. É pra ficar sem entender mais nada de música, ou melhor: saber que as possibilidades
sonoras são infinitas... Só que muita coisa vem rolando paralelamente. As vezes
a gente se liga numa banda e esquece que existem muitas bandas ótimas fazendo
coisas paralelas de alto nível.
Uma das bandas
inglesas de rock progressivo que deixei passar em branco, por um longo tempo,
foi o Camel...quanto desperdício!
Quando resolvi
escutar, praticamente parei com tudo e pra minha sorte esses caras apareceram
no Brasil, mais precisamente em Cataguases, no Teatro Edgard. Fui e ainda
acompanhado por uma galera de devotos...foi um show pra ficar na história, na
minha breve história de roqueiro. Showzaço!!!
Sou suspeito pra falar
sobre a Europa, por que tenho plena convicção que lá é o melhor lugar do
planeta pra qualquer coisa: bebidas, cinema, design, arte, gastronomia, lazer,
turismo, música, etc.
O rock europeu é
simplesmente o melhor e a cada dia aparecem mais músicos e bandas da melhor
qualidade. Ficar citando nomes e bandas dá pra encher a crônica de dezenas
deles e o melhor é escutá-los e ter alguns de seus trabalhos em qualquer mídia,
pode ser até em vinil arranhado, que tem voltado a despertar o interesse de
roqueiros de carteirinha.
Meu conselho pra que
tem alguma restrição ao rock: Não perca tempo! Ou melhor pare de escutar o que
você “anda” escutando hoje e passe a ouvir pelo menos alguma coisa relacionada
com o rock...
Pode ser Eric Clapton,
pode ser Pink Floyd, Led Zeppelin, Van der Graaf Generator, Iron Maiden, Frank
Zappa, King Crimson, Banco, Le Orme, Osanna.........
QUEM NÃO GOSTA DE ROCK OU É CARETÃO OU NÃO GOSTA DE MÚSICA!
ResponderExcluirbário latimer squire