Só
dá dupla caipira de música sertaneja na MPB e o povo gosta cada vez mais. A
única vantagem desse tipo de música é que ela consegue conter ou pelo menos
dividir a atenção do ouvinte com o funk carioca e o axé music baiano!
Antigamente
era ligar o rádio numa FM qualquer e escutar horas e horas de boa música,
inclusive rock do bão, MPB e pop “escutável”. Era música bem elaborada com letras
inteligentes e instigantes. Hoje o que se tem é uma música imediatista, igual à
maioria dos prefeitos, ou repetitivas, igual à maioria dos políticos. Era PT
(Partituras Tapadas), na música.
Eu
não queria falar de política, porém o momento é tão degradante, tão baixo clero,
que o melhor que nós temos é essa proliferação de pequenas igrejas, duplas
sertanejas e grandes negócios.
Se
você sair contando, vai notar que o número de botecos está perdendo de goleada
para os templos evangélicos e outras seitas da verdade absoluta!
O
ranking das coisas que mais têm numa cidade está assim, conforme pesquisa
realizada pelo Instituto Bário de Explicação Geral de Tudo
(IBEGT):
1º
Templos evangélicos, 2º Botecos e afins (pé sujo, pé inchado, pé na bunda,
etc.), 3º Farmácias e drogarias, 4º Lojas pet, 5º Comida a quilo, 6º
Imobiliárias, 7º Veículos usados, 8º Empréstimo consignado, 9º Loja de roupas. Empatados
no 10º Lojas de celular, O Boticário e Eletrodomésticos.
Voltando
pra’s duplas sertanejas, onde o problema é a cantoria que vem dominando a cena
nacional, eu não sei mais o que escutar além de nada, nada, nada!!!
No
ranking do que mais toca nas rádios já há alguns anos temos:
1º
Duplas sertanejas, 2º Cantor sertanejo, 3º Sertanejo universitário, 4º Funk do
ensino fundamental, 5º, Axé music, 6º Sertanejo de raiz, 7º Padre Sertanejo, 8º
Gospel sertanejo e universitário, 9º Funcionários federais em greve e 10º Brega
disc music.
Outro
dia li em algum lugar, onde tem de tudo pra ler, que a mais nova dupla sertaneja
do Tocantins (toca nos cantins... do seu tímpano), nem é conhecida ainda e já
tá faturando alto. Seu estilo foi batizado de neosertanejo. Eu não sei o que quer dizer isso, porém se você escuta,
ouve ou pressente ondas sonoras, vai ver que é um mero “sertanejo universitário jubilado”, desses em que o ouvinte, depois
de sete anos na faculdade continua com três matérias presas no primeiro
período!!!
Já
o funk não possui a variação funk
universitário porque seus criadores e ouvintes não concluíram a terceira série...
do ensino fundamental...
Alvarenga
e Ranchinho, Tonico e Tinoco e muitos outros estão sendo considerados sertanejos de raiz... Já os Chitãozinhos
e Xororós, Zezés di Camargo e Lucianos, Teixeiras e Havelanges, Ronaldinho e Gaúcho,
mais tantos outros foram considerados sertanejos
do Caribe. Todos têm casas em Miami!!!
Nenê da Caatinga e Floriano
formam a mais nova dupla nesse mercado competitivo e milionário, só que ainda
não emplacou nenhum sucesso. Seu estilo também não foi definido pela mídia.
Tive
a oportunidade de ouvi-los em minhas andanças pelo interior do Brasil e
arredores. Acho o estilo que melhor define essa nova dupla é o “sertanejo progressivo”, quer dizer, um
sertanejo com uma pegada erudita.?!?!
A
música que vem sendo trabalhada nas rádios piratas e fitas demo se chama “Cactos do Agreste”. A letra diz o
seguinte:
“Estamos
numa sinuca de bico,
Igual
Maria Bonita e Lampião,
chutar
o balde da barraca
comendo
cactos com feijão...
Minha
amada fez plástica,
Com
o melhor cirurgião,
Num
pode molhar, nem pegar sol
Me
avisou de antemão...
Manteiga
de garrafa, buchada de bode e
Falta
água no sertão! ”
Aguardem
o pré-lançamento...enquanto isso no Planalto Central só dá Heavy Metal...do cerrado!
Amilcar não foi jubilado.
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