segunda-feira, 19 de setembro de 2022

sobrevida

Nessas alturas do campeonato a sabedoria passa a ser uma companheira fiel. Tudo passa a ser analisado com mais calma e os exemplos que a vida te deu.
Quem não quer viver igual a Rainha Elizabeth II que morreu aos noventa e seis anos, lúcida e ativa, amada pelo seu povo e que deixa um legado de prosperidade?
O idoso que se preze tem que tomar algum tipo de medicamento, tem que saber o nome dos remédios e comentar com seus amigos, idosos também, que toma valzartana, glifage, rosuvastatina..., exames de sangue, tomografias, stents, etc., senão você não é um idoso normal.
A Rainha tomava seus remedinhos, mesmo tendo sangue azul e conseguiu uma boa sobrevida.
Já vi gente dizendo: "De que adianta levar uma vida saudável, com atividade física e comidas isentas de praticamente tudo e morrer com 100 anos?" 
Como disse a Rita Lee: "Envelhecer não é pra maricas, não". A luta é continua, um dia de cada vez...
Logicamente sua cabeça não envelhece só que não dá pra sair tomando todas e comendo tudo de uma vez como antigamente, mas dá pra provar algumas bebidinhas e guloseimas com parcimônia. 
Dia desses encarei uma lager estupidamente gelada e um lombo de porco com batatas no forno a lenha... Desceu bem na quantidade certa, ou seja: uma long neck e uns 150g do lombo. Ainda sobrou espaço pra uma goiabada cascão com queijo da Canastra!
Antigamente, antes de virar idoso, o papo era outro: a cerveja era um fardo e a comida acabava naquele momento...
Alguém já me disse que morrer com saúde é coisa de gente que passou pela vida e não viu ela passar, não viveu com a intensidade que uma vida merece, tipo: você nasce, cresce, fica bobo e casa...
Confesso que extrapolei em alguns momentos, porém faltou orientação, faltou andar com pessoas mais equilibradas e não com más companhias. Aliás sempre tive boas companhias e de pessoas com boas intenções, só que sempre na contra mão.
Mas se você não leva umas trombadas acaba não aprendendo nada e não consegue tirar suas próprias conclusões!
Imagina um caboclo que acredita numa utopia durante 13 anos, aparelhado, com lavagem cerebral? Quando fica sem o pixuleco ao invés de aprender quer voltar na cena do crime... Isso é demência! 
Tá ficando idoso, tendo uma sobrevida sem nenhuma perspectiva real. Vai sonhar até o quinto dos infernos!!!
Mas muita coisa ainda pode acontecer nessa sobrevida. Eu, quando descobri que o bicho pegou e que a solução era radical ou o fim, chorei e revi toda minha existência em menos de 1 minuto, porém o médico que vem me tratando disse uma coisa que me animou muito: Após a cirurgia te garanto uma sobrevida de pelo menos 5 anos... 
Era tudo que eu precisava ouvir naquela hora, internado, com a família ao lado aflita e com o astral oscilando pra baixo sem margem de erro, derrotado antes do primeiro turno, como diria o Fiuza.
Passados alguns meses, vivendo um dia de cada vez e no lucro, comentei com um amigo de ascendência libanesa, ou seja: com grande faro pros negócios, assim que lhe falei da sobrevida ele logo me deu a dica:  "assim que tiver faltando menos de um mês pra acabar os 5 anos, corre lá e pede uma prorrogação, pede mais um tempo... 
Moral da história: a sobrevida é uma caixinha de surpresas!

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

o gibi

As histórias em quadrinhos no Brasil (também chamadas de HQs, gibis, revistinhas, ou historietas) começaram a ser publicadas no século XIX, adotando um estilo satírico conhecido como cartuns, charges e caricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras. A edição de revistas próprias de histórias em quadrinhos no país começou no início do século XX.
Eu desde muito novo fui apresentado aos quadrinhos e me tornei um aficionado. A principio minhas revistas favoritas eram O Fantasma (Caverna da Caveira, 400 anos, pigmeus Bandar, Patrulha da Floresta, Diana, Capeto e Héroi, muita ação, etc.) e  Mandrake (mágico, hipnotismo em massa, Narda, Lothar, aventuras mirabolantes, etc.).
O Superman (Kriptonita e Clark Kent), Flash Gordon (espacial com muita ficção e aparelhos que viriam a ser inventados anos depois) e o Batman (Caverna do Morcego, Batmóvel, Coringa, Pinguim e Charada) também tinham seu lugar. 
Também era febre os quadrinhos do Walt Disney com o Tio Patinhas, o Mickey, o Pato Donald mais os Irmãos Metralha, o João Bafo de Onça, o Professor Pardal e até o Zé Carioca.
Nessa época tudo era novidade e alguns quadrinhos europeus também apareciam por aqui como o Bolinha (Luluzinha), Recruta Zero e o Sargento Tainha, Hagar e Os Sobrinhos do Capitão.
No Brasil surgia o grande Maurício de Souza e A Turma da Monica (Cebolinha, Bidu, Magali, Cascão...). Até o Ziraldo andou se aventurando nessa área com vários personagens a partir do Menino Maluquinho.
Nos jornais, principalmente no Caderno B do JB e do Segundo Caderno de O Globo haviam sempre as tirinhas do Fantasma, Mandrake, Brucutu, Família Buscapé, Príncipe Valente, Batman, Superman, etc.
Tempos depois surgiu a revista do Homem Aranha que impactou bastante junto com o Capitão América, Hulk e outros dessa fase.
Teve uma época que eu só lia Tex, um faroeste mais adolescente e mais complexo. Os criadores são italianos e as histórias muito bem elaboradas, além dos  desenhos impecáveis. No mesmo padrão, o Zagor, com aventuras no Canadá.
Cada hora aparecia alguma coisa nova e foi assim que conheci O Asterix e o Obelix. Goscinny e Uderzo seus criadores, franceses, não pouparam esforços pra nos brindar com esses gauleses malucos que tomavam uma poção mágica preparada pelo Druída (uma espécie de Merlin do Rei Arthur) e passavam a ter uma força descomunal.
Esses gauleses, antepassados dos franceses, viviam as turras com império romano com ótimas histórias, relembrando com muito humor essa época, sempre parodiando os italianos e os desenhos fenomenais. Aliás bota fenomenal nisso!!!
A pequena aldeia Gaulesa era intransponível e César não conseguia dominá-la. A única coisa que deixa Abracurcix (o chefe da aldeia)  acovardado é o medo do céu cair sobre a sua cabeça.
Obelix, fabricante de menires, amigo do Asterix e comedor de javalis inteiros tem um cachorrinho, Ideafix, que não deixa ninguém maltratar as florestas...
Um brasileiro que também começou nas tirinhas, muito criativo com quadrinhos mais adultos, foi o Angeli e seus personagens urbanóides e sensacionais (Rê Bordosa, Bob Cuspe, Skrotinhos, Wood & Stock).
Alguns colecionadores e adoradores de gibis que conheci tinham centenas de revistas e raridades. Convivi com três desses "viciados" porém discretos leitores de quadrinhos:  Frank Granado (advogado e grande orador dos encontros anuais na redação de O Município, nas dependências do belíssimo sobrado da família Machado Veiga), Ério Silva (advogado, tabelião e colecionador de relógios e armas, restaurador do Clube Biquense) e Elcio Granado (Lanchonete Elgran, das vitaminas e  produtor do melhor suco de laranja batido no liquidificador da região. Sua lanchonete era o point da cidade. Anos depois abriu outra lanchonete -Elvana- em frente a original, que viria a se tornar o maior fenômeno da night biquense: O Bar do Jorjão!).
Até hoje ainda leio esses quadrinhos e  guardo alguns de lembrança.
Os anos passam rápidos...

 

sacadinha do pum