Candidato a
Vereador
Tenho notado coisas
interessantes nessas últimas eleições. Situações inusitadas e declarações que
vão de desagradáveis a verdadeiros achados filosóficos:
Pra começar vejo que a grande
maioria dos candidatos considerados ficha
suja estão fazendo de tudo pra se tornarem fichas limpas e os candidatos
considerados fichas limpas, até que se provem o contrário, no fundo no fundo,
pensam mesmo é como vai ser bom poder contar com mais uns trocados e trocas de
favores...
Existem coincidências também
como no caso de duas candidatas a vereança, concorrendo do mesmo lado e com a mesma roupa, acho que as opiniões
é que divergem... não muito...
Na verdade essa vontade
incontrolável que dá nas pessoas, sejam elas fichinhas, limpas ou imundas, peladas
ou vestidas, vindas lá do Éden, do paraíso, tem explicação e existem desde os
primórdios.
O pecado original originou-se
através do cargo a alguma coisa com poder e remunerado (logicamente).
Tudo começou quando Deus disse
pra Eva (não confundir com a Eva Peron) = “FILHA, AQUI NA PREFEIT... DIGO, NO ÉDEN
PODE TUDO, SÓ NÃO PODE CATAR CARGO!” (naqueles tempos isso dava em árvores...
com o desmatamento e a nova lei florestal...). Palavras do Senhor!
Porém, o pecado foi cometido. A
Eva catou um cargo, o poder subiu-lhe no cabeção e o mundo virou essa bola de
neve e caixa dois que ninguém sabe aonde vai parar!!!
Tem hora que dá vontade de
pedir: Pare esse planeta que eu quero descer!!!
Os nomes dos candidatos são
outras fontes de inspiração para quem vai votar e de antemão saber o “pograma” de governo dos futuros
fabricantes de títulos de “cidadão honorário” e inventadores de nomes de
logradouros públicos.
Alguns nomes de candidatos são
verdadeiros decretos de que estamos num país sério, como diria De Gaulle: Mané Zoando – vou zoar direto! Jesus – voltei pra salvar a cidade!
Lula – vamos começar tudo de novo! Maria
da Subida – Fora com os médicos!!! Elefante
– vou botar a boca na tromba! Dilma
– vou proibir vestido igual! Ribeirão do
Córrego – vou canalizar o esgoto e todos os recursos que forem para o ralo!
Nas cidades menores há um certo
exagero de candidatos, chega a parecer que todo mundo é candidato...
Em alguns casos o candidato
conta com o voto do outro candidato, pois em sã consciência ele chega à
conclusão que, analisando friamente, votar em si mesmo é muito arriscado.
“Será que se eu for eleito vai dar pra fazer tudo que prometi?
Tenho que arrumar emprego bem remunerado pra pelo menos umas 20 pessoas. Tenho
que arrumar casa pra pelo menos 40 pessoas. Tenho que dar uma geladeira, um
fogão, um microondas, uma cama, uns 5 guarda-roupas, 500 sacos de cimento, 30
caminhões de brita 1, 20 de pedra marroada e padrão de energia pra mais uns
quinze?”
Nessas alturas da legislatura cumé que fica a cidade cumpadi???
Na próxima eleição eu também
me candidatarei e vou fazer o que tem que ser feito, ou melhor, minha
plataforma vai se basear na verdade. A verdade que ocorre depois que o
caboclinho tá eleito: Não vou fazer nada
pra ninguém, nem pra cidade! Vou encaixar minha família toda nesse negócio (vou
diminuir o desemprego), vou homenagear meus parentes, vou prestigiar meus
amigos, não vou comparecer as reuniões normais, somente nas extraordinárias
remuneradas, vou a Belo Horizonte, Brasília, Rio e São Paulo, com todas as
despesas pagas e diárias, vou ficar do lado de quem tiver mandando e mais
algumas bobagenzinhas que me falha a memória agora no momento...
Portanto senhores eleitores de
vereadores e outros, pense bem: existe necessidade de tantos vereadores? Ou
seria de candidatos?
Amilcar nunca
esteve no Éden!