terça-feira, 15 de março de 2016

Condução Coercitiva



Estão falando que eu sou corrupto, que minha família enriqueceu ilicitamente, que meus amigos são todos bandidos, que eu sou dono de um tríplex, de um sítio, de fazendas e com dólares guardados no exterior...

Logo eu que ajudei quase meio Brasil ou mais durante esses anos todos, que não sei ler direito (e nem esquerdo), que  falo meio errado, que coloquei meus companheiros pra andar de avião, jatinho, helicóptero, iate e pedalinho pra todo canto do planeta, inclusive Angola, Venezuela, Rússia e Cuba. Eu que passei a minha vida toda sem trabalhar, sempre em greve, sempre provocando prejuízo nas “elite”. Trouxe muita gente que nunca fez nada a continuar não fazendo, porém com remuneração de primeiro mundo...

Fiz de tudo nesse Brasil, que nunca antes teve uma viva alma tão transparente como devem ser as almas, ou não?

Lembro como se fosse hoje, quando eu ainda comia PF no bar da Rosa, sorvia umas 51 e pendurava a conta pra sempre. De uns 30 anos pra cá, ou mais, só como coisas exorbitantemente onerosas.

Ainda bebo umas “Havana” que uns amigos trazem lá de Minas e fumo uns “Havana” que uns companheiros trazem da ilha dos irmãos “Castros tróficos”. Coisinhas simples.

Claro que mudei alguns hábitos tais como: o jeito de falar, a maneira de vestir, os meios de transporte, os aparelhos eletrônicos lá de casa e alguns comportamentos.

Passei a tomar banho diariamente e vinhos europeus. Uso ternos de um tal de Ermenegildo e do Armani. As gravatas são presentes do grande amigo e injustiçado Collor, da marca Hèrmes. Meus sapatos geralmente são de cromo alemão ou mocassins italianos. Não entro mais em rodoviária e nem em estação de metrô. Só área vip de aeroporto. Passei a usar camisas de linho e meus pijamas e cuecas, a grande maioria, são de seda. Do bicho da seda...

A gente vai mudando e tudo que tenho foram meus amigos de infância, adolescência, militância e presidência que me deram.

Nesse meio tempo parei de ir na Rosa, lá no São Bernardo, pra num causar tumulto e também por causa do “pendura” que, com essa inflação galopante, já deve tá beirando um pixuleco ou dois acarajés...

Quando eu e a patroa inventamos o bolsa família, pensávamos que nós também tínhamos direito a receber pelo menos duas bolsas ou três, pra cada bolsa dada... Só que a Casa da Moeda não é igual a Casa da Mãe Joana.

Então eu fiquei muito aborrecido quando a polícia federal me levou no camburão e sem o Japa!!! Eu sou um ex presidente, sô!!!

Lá na delegacia só me perguntaram coisa difícil de responder: - O tríplex é seu? O sítio de Atibaia é seu? A Oi é sua? O Friboi é seu? Seu filho sabe escrever? O elevador é seu? Conhece a Dilma? E o Zé Dirceu? E o Bumlai? O sr. ainda faz palestra?  Como é viajar com a Rosimery? A ilha em Angra é de quem? Quanto custa uma palestra?

Eu me lembrei do Oscar e fiz igual à Glória Pires, respondi que não sabia, não vi, não posso comentar...

O pior de tudo foi a Jandira, que resolveu fazer selfie com a minha cara, justamente na hora que eu estava falando que a lava jato era “cuercitiva”. A Rede Grobo interpretou que o buraco era mais embaixo. Né a Rede da Marina não viu?

Na verdade eu disse que era pra eles enfiarem o processo no curso da história desse país!

Um absurdo! Eu não falo palavrão desde que fui ao Vaticano com minha secretária da presidência, a Noronha, que é feia de cara, mas boa de fronha... e ficamos na embaixada.

Uma coisa eu sei e posso afirmar no fim disso tudo: se eu for preso viro presidiário, seu eu morrer viro presunto e se eu ficar solto... tô no bico do anú!!!      

2 comentários:

sacadinha do pum