quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O Rock




Estou lendo a autobiografia da incrível Rita Lee, revivendo alguns momentos da MPB e também da minha existência, já que muita coisa, que ela conta de forma totalmente despudorada, é da nossa geração: anos 60/70/80...

Lembro muito bem, não digo como se fosse hoje, mesmo por que lá se vão 50 anos mais ou menos, quando ganhei do meu pai um compacto duplo dos Beatles, Help!

A música já era parte da minha infância, minha irmã estudava piano e a bossa nova entrou como uma fragrância pelos meus tímpanos. Os festivais da canção apresentavam compositores excepcionais e músicas verdadeiras obras de arte.

Na minha casa, onde moro até o momento, existia uma “eletrola” e discos de vinil com vários estilos musicais. Inclusive um Bill Halley and his Comets  com o sensacional rock Ao balanço das horas (Rock Around the Clock)!

A ditadura militar dificultava e censurava a cultura nacional, porém  o rock, inglês e americano, rolava solto nas rádios e discos. Os Beatles lançavam discos fundamentais a cada ano: Revolver, Sg. Pepper’s e Abbey Road. Os Rolling Stones carimbavam “Satisfaction” e assim caminhava a humanidade.

Rivalizavam para o bem do rock, John Lennon e Paul Mcartney (com o rock bem elaborado), versus Mick Jagger e Keith Richards (com blue rock crú). Acredito que daí surgiram os seguimentos conhecidos como rock progressivo e o hard rock, além de outros estilos.

Um dia me apresentaram o Cat Stevens, o Genesis (com Peter Gabriel) e o Yes (com a formação básica) de uma só tacada. Era 1970 e o Let it be ainda dominava, só que muita gente já estava fazendo coisas incríveis no rock além das várias tendências de “pegadas”.

No Brasil muita gente boa, influenciada ou não pelo rock mandava bem como o Som Imaginário, O Terço, O Som Nosso de Cada Dia,Os Mutantes, Secos e Molhados, de Minas o Vox Populi, o Sagrado Coração da Terra, o rock rural do Sá, Rodrix e Guarabira.

Nessas alturas, eu meio perdido entre o Clube da Esquina (que tem pegadas de progressivo barroco), do Egberto Gismonti (simplesmente um absurdo com Academia de Danças e Corações Futuristas)  e do Hermeto Paschoal (desconcertante ao vivo em Montreaux), passei a me interessar até hoje e sempre pelo Genesis, Jethro Tull, PFM , Nektar, EL&P e outros dinossauros.

Pode espernear quem quiser, mas o rock quando bem elaborado não tem pra nenhum estilo musical e sempre me surpreendeu.

 Certa vez um amigo me disse: -Você gosta de rock, de progressivo (que é um rock mais melódico com pegadas eruditas), né mesmo?

Eu disse: - Claro!!!

- Então tente escutar uma banda holandesa chamada FOCUS!!!

P#u@ta que pariu! Que musica linda! Progressivo instrumental com a guitarra mágica do Jan Akkerman. Tente escutar a fenomenal “Streetwalker” (já em carreira solo), depois cê me fala... (o Focus esteve recentemente no Cultural em JF, sem o Jan Akkerman, mas com o Thijs van Leer).

Já meio sem respirar, vem outro rockman e me apresenta um grupo totalmente desprovido de regras e conceitos: Gentle Giant! Não dá pra acreditar nos vocais e reviravoltas dessa banda. É pra ficar sem entender mais nada de música, ou melhor: saber que as possibilidades sonoras são infinitas... Só que muita coisa vem rolando paralelamente. As vezes a gente se liga numa banda e esquece que existem muitas bandas ótimas fazendo coisas paralelas de alto nível.

Uma das bandas inglesas de rock progressivo que deixei passar em branco, por um longo tempo, foi o Camel...quanto desperdício!

Quando resolvi escutar, praticamente parei com tudo e pra minha sorte esses caras apareceram no Brasil, mais precisamente em Cataguases, no Teatro Edgard. Fui e ainda acompanhado por uma galera de devotos...foi um show pra ficar na história, na minha breve história de roqueiro. Showzaço!!!

Sou suspeito pra falar sobre a Europa, por que tenho plena convicção que lá é o melhor lugar do planeta pra qualquer coisa: bebidas, cinema, design, arte, gastronomia, lazer, turismo, música, etc.

O rock europeu é simplesmente o melhor e a cada dia aparecem mais músicos e bandas da melhor qualidade. Ficar citando nomes e bandas dá pra encher a crônica de dezenas deles e o melhor é escutá-los e ter alguns de seus trabalhos em qualquer mídia, pode ser até em vinil arranhado, que tem voltado a despertar o interesse de roqueiros de carteirinha.

Meu conselho pra que tem alguma restrição ao rock: Não perca tempo! Ou melhor pare de escutar o que você “anda” escutando hoje e passe a ouvir pelo menos alguma coisa relacionada com o rock...

Pode ser Eric Clapton, pode ser Pink Floyd, Led Zeppelin, Van der Graaf Generator, Iron Maiden, Frank Zappa, King Crimson, Banco, Le Orme, Osanna.........

Um comentário:

  1. QUEM NÃO GOSTA DE ROCK OU É CARETÃO OU NÃO GOSTA DE MÚSICA!
    bário latimer squire

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sacadinha do pum