A Escada Rolante ou Jornais, Bois e Salsichas

Uma das boas invenções, do século passado e que impulsionou o comércio nas cidades, foi a escada rolante!

A escada rolante surgiu na cabeça de um norte americano (como sempre), chamado Nathan Ames por volta de 1859, quer dizer há pelo menos 158 anos. Logo a seguir a empresa OTIS patenteou a brincadeira e hoje vemos escadas rolantes pra todo lado, principalmente em shopping’s, aeroportos, metrôs, etc. Até em passeio público existem escadas desse tipo. É o caso do acesso ao Parque Guell Gaudi, em Barcelona, onde várias escadas nas calçadas são dessa modalidade.

Em Juiz de Fora, lembro bem que, a primeira escada rolante foi construída na Galeria do "Zé Kodak" e no início era o acesso principal do cursinho pré vestibular CAVE, onde a galera se concentrava em “corredor polonês” pra ver as cocotinhas da época (bata indiana e calça saint tropez) e também assistir o pessoal que nunca tinha visto ou “andado” numa escada rolante, passar por momentos difíceis e constrangedores (hoje largamente divulgado como: “pagar mico”). Alguns nem chegavam perto, outros punham um pé e o outro ia ficando pra trás... tipo pegadinha.

Somente algum tempo depois surgiu a escada do Del Center e logo a seguir as do Mister Shopping. Depois foi a vez do Santa Cruz Shopping e hoje são várias, passando a integrar a vida de todo mundo.

O problema da escada rolante é quando ela existe, foi projetada para o local e simplesmente não funciona.

Em pleno calçadão da Rua Halfeld, onde as coisas acontecem em primeira mão, onde a notícia fresca chega praticamente ao mesmo tempo que em Hong Kong, Nova York, Londres ou Bicas, o edifício do Banco do Brasil, primeira obra erguida em estrutura metálica – um marco da engenharia da cidade – possui escadas rolantes fundamentais e vitais para o funcionamento da agencia: é o acesso principal aos caixas e ao atendimento pessoal.

Pois bem: essas escadas estão paradas há mais de 2 anos ou mais e o banco é um dos mais movimentados da Zona da Mata, quer dizer um dos mais acessados do estado de Minas Gerais!!!

O pior da escada rolante parada é que pra subir é péssimo, nesse caso o espelho (a diferença de altura entre um degrau e outro) mede mais de 20 centímetros, quando o normal é de no máximo 18 centímetros!!! E pra descer é outro calvário, ainda mais para idosos ou pessoas portadoras de deficiência física. Pra piorar o pé direito do Banco é duplo, mais de 25 degraus e como estão paradas muita gente acaba descendo na que subia e sobe na que descia!!!

Sou usuário desse banco e meu atendimento fica no 2º piso. São mais de 50 degraus com 20cm de espelho pra subir e pra descer!!!

Outro dia resolvi perguntar pro guarda do BB o porquê da escada desligada ou quebrada por tanto tempo. A resposta foi curta e objetiva: -O imóvel é alugado, o banco alega que a manutenção é do proprietário e vice versa... e nóis ô?!?!?!

Nesse mesmo nível encontra-se o nosso amado e maltratado país. É como se estivéssemos num beco sem saída e sem escada rolante, ou melhor como uma "escada de rolos" onde estamos todos  rolando degraus desligados andares abaixo... 
Porém o mundo dá voltas e as coisas quando lhe parecem pelo menos estagnar, tal qual a escada rolante do pedalado BB... quando você volta a se reunir com a família ou com aquela turma de biriteiros (de final de semana a partir de terça...), vem a incrível notícia de que a alcatra, a linguiça ou asa do frango do seu churrasco podem estar carimbadas com o SIFU – Selo Impostor Fraudado Único!!!

Nisso, pela enésima vez, você meio que atordoado ou "maturado", meio que conformado com o destino triste da nação, sentindo-se como um venezuelano amanhã, tentando provar que contribuiu mais de 35 anos com a previdência oficial, vira de frente pra mim e questiona:

- Papelão e cérebro de porco bem moidinhos e misturadinhos em carne com validade vencida faz mal pra saúde???

Resposta: A escada é fraca, digo a carne é fraca!!!