sexta-feira, 27 de abril de 2012

as trombonetes


As Trombonetes

Bicas, sempre almejou possuir uma rádio AM ou FM e depois de muita polêmica, pirataria, disputas, elogios, trocas de farpas, episódios passados extraídos do fundo do baú e outros “arranca rabos”, finalmente conseguiu e hoje tem até duas rádios FM.
Não sei e nem quero saber se elas possuem ou não uma concessão federal de funcionamento. Também depois da distribuição em massa de concessões pra manter o magnífico Sirney por cinco anos na presidência e com uma inflação galopante (?) que ninguém nem sabe mais o que é isso, pra que precisa de concessão????????
Tudo bem, eu sei que todo brasileiro comete, uma vez ou outras, pequenas transgressões e até algumas contravenções, tais como: urinar na beira da estrada, fazer uma fezinha com aquele apontador de sempre, esquecer de declarar uns capilés no IR, comungar sem ter contado todos os “milagres”, desejar inadvertidamente mesmo que por uma fração de segundo aquela pessoa, do sexo oposto ou não, das proximidades ou distantes (da TV ou do cinema...), dirigir acima da velocidade permitida e ultrapassar em local de faixa dupla, comer de boca aberta e praticar flatulências em locais públicos, etc.
Nisso, as rádios estão funcionando e conseguindo sobreviver com parcos recursos e muita improvisação. Tem música, notícia, serviços de utilidade, informação, propaganda, programas de todo tipo, plantão de polícia, câmara de vereadores e prefeitura.
Os anunciantes (de Bicas ou da grande Bicas) querem o melhor comercial, do nível do publicitário WASHINGTON OLIVETTO, jingles inesquecíveis, tiradas inesperadas, etc.
Já os locutores e DJ's, devem ser carismáticos, com aquela voz envolvente, bem informado e de repertório universal (pagode, axé, funk, baladas e MPB). Esses caras é que fazem da rádio uma grande audiência.
Claro que os programas matinais tentam fisgar quem está trabalhando, em casa, nas fábricas, oficinas, comércio ou numa casinha de sapê...porém as rádios querem mesmo é audiência total, tipo rede globo...Todo mundo ligadão na FM do coração!!!
Um programa que tem dado uma audiência expressiva é o Boca no Trombone!
Esse programa partiu de uma idéia simples e repetida, sem praticamente nenhum custo de produção (!), onde a figura principal é o ouvinte. O telefone toca o Carlos atende com aquele seu jeito simpático (herdado do saudoso Pedro Avelino) e o caboclo reclama de alguma coisa que está te molestando, te incomodando ou te perturbando...
Geralmente o vilão da história é a Prefeitura da cidade, ou o prefeito, ou algum funcionário da prefeitura.
A grande maioria dos reclamantes são mulheres e dentre elas a grande maioria é contra a atual administração...Isso é que dá ibope...Ninguém vai ficar grudado no radinho ouvindo pessoas enchendo a bola do prefeito, da administração ou de quem quer que seja.
A galera quer ver é o “bicho pegar”, quer ver o circo pegar fogo (gíria do século passado), ou o trapezista se espatifar no chão, quer saber quem é o bandido da história.
Nesse meio tempo surgiram aquelas mulheres que tem cadeira, digo, telefone cativo e direto com o trombone, digo, programa. E desandam a falar do hospital, do lixo, da Saracura, da falta de remédio, do mau atendimento, do prefeito, do secretário de obras, dos vereadores, do abrigo dos taxis em logradouro público, das construções irregulares, do Mother Joana River, dos cavaletes guardando vaga, dos carros com som automotivo a 150 decibéis no âmago da madrugada nas portas das casas alheias, das regalias de uns e outros, etc.
Eu gostaria de sugerir aos produtores do programa, que com o aumento vertiginoso e constante da audiência, inserisse novos componentes no negócio, já que a mulherada, cadeira cativa, está bombando no dial do seu falante!!!
Sugiro que essas participantes cativas e reincidentes formem um grupo, AS TROMBONETES!
Claro que dentre elas não tem, ainda, nenhuma Sabrina Sato, Rita Cadilac, Tiazinha ou Mulher Melancia, porém quem sabe daí não surja alguém com dotes artísticos e descubra seu verdadeiro dom.
As Trombonetes poderiam participar mais da vida da cidade, não apenas trombonetando quem quer que seja, mas executando ações humanitárias (não só malhando), arrecadando recursos para a recuperação do hospital, do albergue, do asilo e de um monte de ONGs de ajuda e apoio...
Essas trombonetes não precisam usar aquelas micro roupinhas assanhadas, já que no rádio ninguém vê nada, inclusive em terra de surdo quem escuta é rei?!!!??!
Outra sugestão é que elas poderiam ser conhecidas com nomes de guerra do tipo: Santinha de Santa Helena, Danadinha do São Manoel, Barraqueira do Morro, Sarada da Saracura, Dengosa da Parte Alta ou Nervosa da Cutieira...
Nessas alturas...só ressuscitando o CBVJW-5!


Amilcar não põe a boca no trombone!    
  

Um comentário:

  1. Muuuuuito bom. Sensacional. kkkkkkk
    Barraqueira do morro.....kkkkk....fantásctico.

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sacadinha do pum