sábado, 13 de março de 2010

O Vilão


Toda história tem o seu vilão!
Pelo menos as histórias mais interessantes, um suspense, um policial daqueles bem intricados com assalto a banco, bem elaborado.
Até romances, histórias infantis, têm vilões que às vezes são muito maus ou são vilões que se dão bem porque não são tão vilões assim.
O que seria dos gibis se houvessem apenas os heróis, os super heróis? Provavelmente iriam encalhar nas bancas e sebos desse país.
Pois aí é que mora o problema! O Brasil de alguns anos pra cá só tem mocinho, não existe mais bandido nem vilão. Todo mundo é bonzinho. Brasileiro é tão bonzinho, né não?
Aqueles bandidos, aqueles facínoras ou ainda os criminosos inafiançáveis, os cangaceiros do colarinho branco, esses já não existem mais, fazem parte do passado, quer dizer, de outros planetas...
Vejam vocês que no caso da previdência, a evidência de mocinhos é flagrante, é translúcida: os aposentados são mocinhos velhos e os administradores do instituto também são mocinhos, porém mais novos...
No ministério dos transportes todo mundo é mocinho, desde o mocinho que faz a licitação em Brasília, ‘as empreiteiras que levam o lote e vão repassando o trote e sub-empreitando o bote até não chegar no local destinado, logicamente depois de ter engordado as contas de vários mocinhos e mocinhas pelo velho e esburacado oeste afora.
O que seria do Fantasma sem o Guran e as contas fantasmas por onde passam centenas de milhões de dólares extorquidos dos mocinhos que produzem em detrimento da especulação financeira?
E o Batman, o Cavaleiro Negro, o Super Homem ou o Homem Aranha, se nesse emaranhado de boas notícias não tivessem a quem prender, a quem ensinar o bom caminho, o caminho dos mocinhos e outros menos bonitinhos do congresso nacional?
Imagine o Coringa fora do baralho, o Pingüim com um guarda chuva cheio de kriptonita deixando o Zorro tonto?????
Às vezes alguém lembra de criar um vilão pra poder dar mais sensação na nossa história, a história da trajetória do povo brasileiro e brasileiras minha gente.
O vilão já foi legume: chuchu, tomate, batata; já foi fruta (sem abusar do orgulho gay): os laranjas, o limão e até a cereja importada; já foi o remédio: antigripal, viagra, prozac e chá de boldo genérico; já foi o vestuário (nessa época surgiram os sem roupa), o sapato, a calcinha e até a ceroula, isso bem lá na época do Encilhamento e outros empecilhos.
Lembro que a caça aos vilões sempre foi impiedosa, o botijão de gás vira e mexe vira vilão (também com aquele cheiro você queria o que?), a TV a cores além de mostrar os vilões da novela cansou de ser vilã e até o pão com salame esteve pra ser considerado um mal necessário, recebeu o titulo de vilão por alguns dias...
O vilão, na verdade são vários: a taxa de juros, o rombo da previdência, a carga tributária, a caixa preta do judiciário, os funcionários públicos federais, estaduais, municipais e distritais, as estradas federais, as estatais e as concessionárias, os fundos de pensão, a CBF, o Caixa D´água (in memorian), o pãozinho de sal, o picolé, o supositório e a poluição do meio ambiente.
Quer dizer, se nós formos acreditar nesses vilões que tentam enfiar dentro de vocês e que são apenas invencionices desse momento de grande avanço tecnológico, principalmente na área da comunicação, iremos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois!
Resumindo: de Vilão e de Mocinho todo mundo tem um pouquinho, ou ainda, de Mocinho e de Vilão sobra sempre pro povão!

 
Amilcar acredita no Flash Gordon!

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