sábado, 31 de dezembro de 2011

Mother Joana River


Todo ano é a mesma coisa. Chove o córrego enche, transborda e várias partes da cidade ficam alagadas.
Nossa sorte é que as chuvas param, o escoamento ainda se faz rapidamente e sobra lama e pequenos prejuízos, principalmente pra quem mora a montante das seções estranguladas, do nosso principal e único coletor de tudo (fezes, lixo, tintas, óleos, graxas, podas, águas de chuva, poltronas, pneus, sacos plásticos, pets, restos mortais de porcos, galinhas e outros).
Participei de algumas reuniões da Defesa Civil em Bicas e pude contribuir com um mapa dos locais de risco. Esses locais são fáceis de localizar, podem ser melhorados, se houver vontade política e um pouco mais de civilização por parte de alguns conterrâneos.
Um dos principais pontos críticos da cidade, está situado justamente em uma das ruas principais. É na Rua Barão de Catas Altas onde o córrego passa por uma galeria muito estreita, com redução da seção a montante em mais de 50%. Isso é uma verdadeira barragem que represa todas as águas da Parte Alta e Bairro Santana, recentemente impermeabilizado com asfalto (outra prática retrógada e ultrapassada de pavimentação urbana em pequenas cidades).
Além da redução da seção, nessa galeria vários tubos da COPASA (outra grande contribuidora para os problemas de saneamento na cidade), passam de um lado para o outro, reduzindo ainda mais a seção da galeria.
Logo após essa galeria, o Mother Joana River recebe um afluente que vem do Campo do Leopoldina com águas do Alto das Brisas e adjacências até o Tira Couro. Esse trecho de ocupação recente, já é um dos mais preocupantes, visto que, a seção original do afluente sofreu várias interferências públicas e privadas (literalmente), com construções totalmente irregulares, erguidas exatamente sobre a “caixa” do córrego, ou seja: em área “non aedificandi”, cujo domínio é público, é da União, não existe possibilidade de se registrar um imóvel construído nestas condições.
No encontro dos dois córregos a seção que deveria ser o dobro, novamente vem sendo estrangulada por pontes, muros, construções, galinheiros, garagens, etc., diminuindo a velocidade de escoamento e aumentando a retenção.
Os problemas vão aumentando à medida que o centro da cidade se aproxima. Vários pontos já foram cobertos com construções de pontes particulares, construção sobre galerias, construções sobre a parte canalizada, construções irregulares com aprovação verbal, dizem, de um engenheiro da cidade, em minha opinião sem nenhum critério técnico e portanto nocivo a sociedade, construção de residências, comerciais, etc.
Passado esse sufoco, o Mother é canalizado em canal aberto e esse trecho parece ser o único que ainda mantém as características da obra original.
Logo após a Travessa São Francisco, termina a canalização e o Mother recebe outro afluente que também já está totalmente ocupado irregularmente por construções irresponsáveis de particulares, estrangulamentos, barragens, desvios, curvas acentuadas e mil tipos de interferências nefastas. Esse afluente trás tudo das Ruas da Caixa e do Bonde e parte do Bairro Retto e Praça São José
Nesse encontro mais retenções e vários outros pontos de estrangulamento da seção. Por fim na altura das Maquinas Guarnieri, outro afluente, que vem do Parque de Exposições, Reta e Morro do Cruzeiro, passando entre a Rua Dª Miquelina e Rua Ildeu Alhadas, também totalmente ocupado, obstruído, sobreposto, desemboca no Mother... Uma retificação foi executada no início do governo do Prof. Honório, do Campo do Esporte pra jusante, porém o aumento da impermeabilização da bacia de contribuição, as interferências individuais e danosas, mais o lixo que a educação ambiental dos moradores sem educação joga, lança no leito do tão sofrido, abandonado, mal tratado, esquecido, relegado a um bosteiro, cavoucado, estrangulado e usado de forma sádica, o Mother Joana River, ou Córrego São José ou Ribeirão da Saracura, etc., não deixam que siga em paz...
Só pra ilustrar: quando você lança alguma coisa sobre o Mother ele lança no Rio Cágado, que lança no Rio Paraibuna, que lança no Rio Paraíba, que por fim lança no Oceano Atlântico...
Você que não sai da sua casa limpinha mas continua lançando merda sem tratamento a milhas e milhas daqui!!! É a globalização!!!

Amilcar briga pela cidade!

Nota do autor: conforme constituição federal, nenhum gestor, nenhum funcionário público, nenhum vereador ou prefeito tem atribuição ou poder de doar ou liberar áreas de domínio da coletividade pra quem quer que seja. A doação verbal não vale judicialmente e pode dar cadeia!!!

2 comentários:

  1. Meus parabéns
    a informaçao deixou uma certa preocupação

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  2. A SITUAÇÃO É MUITO PREOCUPANTE...VEJA O QUE ACONTECEU EM GUIDOVAL E ADJACÊNCIAS!!!

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sacadinha do pum