sexta-feira, 2 de abril de 2010

Ano Novo, Vida Nova...


Todo ano ou final de ano é sempre a mesma ladainha pra maioria dos mortais sujeitos ao efeito estufa: - No ano que vem vou mudar meu estilo de vida! Vou fazer um regime, fechar a boca e mudar meus hábitos alimentares (termo da moda)! Vou aproveitar o tempo ocioso e aprender inglês ou algum outro idioma! Vou cuidar mais de mim e da família! Não compro mais nada a prestação! Preciso reformar a casa! Vou dar uma geral nas gavetas e eliminar a papelada sem valor! Preciso organizar meus documentos, certidões, escrituras, etc.
Então vem o Natal com aquela comilança, como se o mundo fosse acabar, coisas de natal, nozes, avelãs, figo turco, damasco, castanhas e leitoa, peru, pernil, chester, doces cristalizados, vinhos, bacalhau e você repetindo que no ano que vem...
Chega a passagem de ano, o reveillon, a contagem regressiva e você meio chapado, meio empazinado, extasiado, fogos pipocando, abraços e...chega o tão falado ano novo.
Bem na verdade o ano novo não pode ser dia primeiro de janeiro, visto que esse dia é feriado internacional, dia da confraternização universal (só não avisaram pro’s extraterrestres), dia da posse do Lula pro segundo mandato e não vai ser nesse dia que você irá começar alguma coisa, mesmo porque tem muita coisa que precisa acabar, muita coisa do ano passado que ainda está sobre a mesa, alem da sobremesa que precisa ser consumida.
Então tá bom, fica pra dia 2 e fim de papo só que muita gente acaba viajando nesse período como fez o próprio Lula que no discurso requentado do dia 1º prometeu não um espetáculo de crescimento (papo de marqueteiro pra boi dormir no primeiro mandato), porem um PAC, um crescimento sustentado, com muitas obras de infraestrutura e de investimentos fazendo com que a economia volte a crescer e todos viverão felizes para sempre...
O problema que falar, prometer, instigar e alimentar esperanças e sair de férias adia por mais alguns dias aquele velho papo que daqui pra frente tudo vai ser diferente (Roberto Carlos já cantarolava esses versos nos idos da jovem-guarda, ou seja: há 35 anos atrás...em plena ditadura), e nisso suas promessas vão perdendo o pique!
Que nada, o Brasil é assim mesmo e a coisa começa a rastejar quando passa o carnaval, quer dizer quando não é ano de copa do mundo como foi em 2006. Então tá combinado depois do carnaval eu boto meu bloco na rua e vou a luta e aí sim completar ou cumprir todas as promessas de ano novo!
Nessa horas que sempre aparece aquele amigo, tranqüilo que vem e diz: - Calma véio, pra que tanto estresse? Estamos na quaresma e agora é bom meditar primeiro, pesar na balança se foi bom procê também? Se vale a pena sair do ritmo que já vem te levando esses anos todos, essa barriga de chope, vinho, uísque, traçado, aguardente, absinto, vodka, rum, conhaque, saquê, tequila e as caipirinhas, criada depois de tantas horas de botequim? Imagina acabar com tudo isso de uma hora pra outra? Aprender outro idioma se você nem bem sabe balbuciar corretamente na língua pátria? Mexer naquela papelada que apesar de socada está guardada junto com os ácaros, carunchos e outros bichinhos miudinhos que se alimentam de celulose?
Imagine deixar de comprar em suaves prestações aquelas baboseiras da moda, que depois ficam entulhando seus depósitos de tralhas e badulaques até que um belo dia alguém some com aquilo ou você doa pra uma instituição de caridade?
Muita gente faz um sacrifício na sexta feira da paixão e não come carne vermelha porem quem resiste a um surubim assado, uma moqueca ou aquele bacalhau mod macrocéfalus de 6 quilos e seu lombo de lâminas e pétalas com muito azeite extra-virgem?

Tô vendo que nesse restinho de ano eu vou é aguardar...



Amilcar não precipita!

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sacadinha do pum