quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O Rio Paraibuna

Muita gente vem falando da poluição no Rio Paraibuna, do lançamento de esgotos e dejetos industriais em seu leito, do assoreamento constante e do descaso das autoridades competentes e das populações ribeirinhas.

Tenho notado que tudo de ruim desse país, como diria o Luiz Inácio, é logo atribuído ao governo, como se os poderes constituídos, pra outros fins, fossem os únicos culpados pelas catástrofes e agressões que vêm ocorrendo na natureza.

Juiz de Fora tem mais de 500 mil habitantes e esse povo, esse monte de gente, faz suas necessidades fisiológicas todo santo dia! Uns fazem duas ou mais vezes por dia outros demoram semanas pra evacuar. Isso quer dizer que: com aquele pouquinho de água que corre no rio é praticamente impossível existir oxigênio dissolvido no nosso querido rio.

Veja bem, não são somente os dejetos humanóides que fazem da água do Paraibuna parecer um caldo morfético e fedorento, claro que há grande contribuição poluente de cada um de nós e o lançamento de esgotos industriais, graxas, tintas e metais pesados completam de forma mortal o líquido asqueroso que passa cortando toda a cidade.

Sei que ninguém vai parar de ir na “casinha” de uma hora pra outra, então poderíamos fazer seguinte: um rodízio onde quem fez hoje não poderá fazer amanhã!

De cara vamos ter a metade do bolo fecal que é lançado diariamente. Se cada habitante lança em média 500g do que sai do seu intestino grosso por dia, vezes 500 mil vão dar uns 2,5 milhões de quilos do boiante. Com o rodízio, esse valor cairia para menos da metade, como se fosse uma Juiz de Fora de 40 anos atrás, uma Juiz de Fora da época dos bondes que na Europa são fontes de turismo e de receita.

E se algum nobre vereador ler essa magnífica tese resolvendo transformar em lei o rodízio fecal sugerido e com isso obrigar toda residência a instalar um radar privativo na privada do cidadão, que o identifique ao usar o vaso, tipo uma impressão nadegal ou um código bundológico do contribuinte?

Poderia se chamar CPF - cadastro de petardos fecais!

Já pensou se nesse meio tempo inventam uma maneira de pesar o que sai? Quem fizer mais de 500g no seu dia terá de pagar uma taxa adicional de IPTU (imposto pelotal e terminal urbano)!

Esse papo parece brincadeira, mas é sério e o Rio Paraibuna merece ser tratado com carinho. Portanto devemos contribuir pra despoluí-lo, não jogando lixo, garrafas, plásticos, pneus, podas de árvores, entulhos, poltronas, cuecas sujas, resto de comida, animais mortos, absorventes, roupa velha, calça, camisa e camisinha usada, ou seja: tudo que não presta pra dentro do rio.

Porque então não arborizar suas margens enquanto não conseguimos tratar o esgoto totalmente, que sabemos ser uma obra muito complexa e cara, sabemos que pra construirmos interceptores teremos de separar as redes de drenagem da rede coletora?

E quem sabe conter o assoreamento que desce do Yung, lá no nascedouro, ou melhor, na jazida, na saibreira do Vitorino ou do Linhares?

Ou ainda dragar seu leito através de chatas navegáveis evitando o interminável quebra-quebra das calçadas e filas de caminhões caçamba conturbando o trânsito e entupindo os “bota-fora” da cidade com material podre?

Fico imaginando o dia em que teremos uma ciclovia e uma pista de caminhada, como na orla do Rio de Janeiro, totalmente sinalizada e arborizada.

Quem sabe até lá também não teremos o rio totalmente despoluído? E navegável? Talvez uma opção de transporte coletivo?

Nessas alturas o rodízio já foi suspenso e espero que o tal do imposto também, pois de provisório já chega a CPMF!

Amilcar é contra a prisão de ventre!

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sacadinha do pum