sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Abaixo da Lei: A carta anônima!

Desde o dia em que eu cismei que era escritor de crônicas, contos e artigos, apesar dos conselhos da patroa, das filhas e da mãe (in memoriam), sempre tive a esperança de que seria lido e reconhecido como um bom contador de casos.

Fico com a sensação que alguém vai ler meus escritos e que de uma hora pra outra vão me escrever uma carta, um e-mail ou um telegrama.

Até hoje recebi três cartas. A primeira foi da Professora Ernestina Medeiros que foi minha diretora nos áureos tempos de grupo escolar. Grupo Oliveira Souza e Grupo Retto Júnior, que foi construído inicialmente em estrutura metálica, um novo conceito em construção para a época e eu fui da 1ª turma do primário a se formar lá. Nesta carta ela me elogiou e sugeriu a leitura de alguns livros, etc.

Depois um e-mail do Dr. Luciano Guarnieri Galil que gostou de um artigo sobre o tão renegado córrego São José (River da Mother Joana). Essa carta foi endereçada diretamente a redação de O Município e publicada posteriormente.

Mais recentemente recebi minha primeira carta anônima e como diz o ditado popular: sempre tem uma primeira vez pra tudo, até pra receber uma missiva sem remetente!

Essa carta, escrita numa Olivetti ou Remington ou Facit, em que o distinto me chama de Dr. 1,80m devido ao meu tamanho (na verdade meço 1,87m), e ao artigo Acima da Lei, publicado no O Município de maio/2003, concorda com alguns argumentos sarcásticos que utilizo pra cobrar dos figurões desse país e me sugere falar mal da zoeira de sons pela madrugada adentro que vem ocorrendo nessa cidade que precisa ser feliz e de silêncio, de menos barulho e mais ação.

Realmente o relato da carta anônima é ensurdecedor, parece um ronco de moto da Moto Life sem cano de descarga, fala numa altura que parece estar gritando dentro da sua trompa de Eustáquio, martelando a sua Bigorna, um panelaço, um apito do Titanic ou de um esmeril de uma serralheria da Rua 15!!!!!!!

As “boates” de Bicas, em sua maioria, estão situadas em áreas residenciais e nessas áreas, em dia de baile, rave, ninguém pode conversar, dormir, ver TV ou abrir a janela, até que se desliga o som. Som que entra dentro da sua casa, invade seu quarto, entra debaixo das cobertas e começa a balançar seu corpo como se você estivesse sendo sacudido pelo Godzila ou um caminhão betoneira, trucado, de 15 m³...

Acho que está na hora de alguém tomar uma atitude e abaixar o volume. É muito barulho pra pouca cidade. É muito ruído pra caber dentro da sua orelha fria. É muito zumbido, zium, zoim, bum, tcham, etc.

As leis, existentes, do silêncio e de tolerância pro’s ruídos, foram feitas pra quem é surdo pois muita gente usa e abusa da poluição sonora.

São carros de som e o esmeril do Antônio poluindo seu silêncio pela manhã, tarde e noite, inverno e verão, vendedores de gás, anunciantes de supermercado, avisos, cantorias em auto falantes desregulados de igrejas e templos, discursos gritados e eloqüentes mas que não merecem “um simpres diproma”.

Tem gente que acha seu ouvido um pinico (urinol), pois obrigam esse recipiente da sua anatomia, praticamente humana, a receber todo tipo de dejeto acústico como: Lacraia, Shaquira, Britney, Ivete Sangalo, Esmeril do Quintal, etc.

Esses DJ’s arranha bolachas e outros destruidores de diálogos alheios, conseguem detonar relacionamentos que dependem da fala, da comunicação...

Pra finalizar, digo que é dever do poder publico, ministério público, fiscalizar e permitir qualquer atividade de qualquer tipo no município, seja na zona urbana ou na zona rural, desde que não vire zona!

Portanto senhores, acionem a vigilância sanitária, exijam medições com o decibelímetro (aparelho de medir decibéis) e solicitem pelo menos o mínimo: Locais adequados para a prática do barulho ensurdecedor ou desliguem o som!!!!!!!!!!!!!!!!

Amilcar não é surdo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

sacadinha do pum