sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Casa dos “Brotheres”

Finalmente o Silvio Santos chegou onde queria: ser assistido por todas as camadas sociais e bater a Globo sem dó e com sobras nas pesquisas de audiência.

Alguns programas do SBT já vinham mantendo a dianteira na preferência do telespectador há algum tempo, tais como o programa do Gugu e Novelas Mexicanas.

Além de faturar muita grana com pouca produção em programas de apelo popular tipo Ratinho e Hebe, o danado ainda inventou de ganhar muito com o Show do Milhão. Todo mundo compra a tal da revistinha na esperança de chegar lá e ganhar pelo menos uns cinqüentinha.

O cara mexe com os sonhos de meio mundo, ou melhor faz o sujeito sonhar. Tem gente que compra a revistinha e começa a gastar por conta, como se a partir daquele momento sua conta bancária tivesse recebido uma injeção de real, da ordem de quatro zeros, outros começam a estudar conhecimentos gerais pra não errar as respostas imbecis das perguntas cretinas. Tem uns caras que realmente não sabem bulhufas e o Senor até que tenta ajudar:

- Vou fazer uma pergunta bem fácil. Posso perguntar? Como você se chama?

- Ô sô Silvio, posso pular essa?....

A Globo logo contra atacou com o Big Brother Brasil e também se deu bem. Quem sabe se misturássemos os dois programas, o que poderia sair de proveitoso alem dos relas e bocas ou os exemplares e nobres ensinamentos que são transmitidos diretamente para dentro dos lares, doces lares do Brasil? Que tal CASA DOS BROTHERES??????

Muitos telespectadores inclusive nem casa tem, mas tem antena parabólica e aparelho de som. Outros têm tantas casas que durante o ano os caras não conseguem ir a todas, uns precisam de no mínimo dois anos. Também quem mandou o sujeito acreditar em calendário de apenas 365 dias e ter casa na praia, ou melhor nas praias de Itacaré, de Angra e de Jeri? De que adianta ter casa de montanha, lá nas grimpas do Visconde de Mauá, Ibitipoca, Monte Verde ou Domingos Martins?

Na cidade os caras geralmente procuram uma casinha básica num condomínio fechado tipo Alphaville ou Recreio dos Bandeirantes, Grumari ou Alto das Mangabeiras, algum Portal ou Imperador do São Pedro, porem acabam tendo que comprar um pequeno triplex mais próximo do serviço, na Avenida Paulista ou um Loft bem transado no centro do Rio.

Tudo bem, só que ainda nem falamos de exterior de Chamonix pra esquiar ou Patagônia pra relaxar, que tal um teatrinho na Bróduei, ou um cantinho de 200 m² de frente pro Central Park?

Ah, Paris, Champs Eliseès, comprinhas em Londres no Covent Garden, é casa pra tudo quanto é canto sô!

A Casa dos Brotheres vai ter um apelido pra fixar melhor no cerebelo de todas as classes de A a Z (A de antenado e Z de zureta), vai ser chamada daqui por diante de A Casinha! Sugestivo não?

- Vou pra casa agora mesmo pra ver A Casinha, my brother!

- Não saio de casa sem dar uma passada na Casinha!

Esse programa vai dar tão certo, vai aumentar tanto o IBOPE das TV’s que os artistas globais vão passar a assistir televisão e sentir na pele como é bom fazer isso com a gente, fazer todo mundo ficar sentado de frente pra telinha igual uns bocós, como que hipnotizados pelas imagens e sons que brotam dessa caixinha de surpresas, como diria o saudoso Gentil Cardoso.

A Casinha vai ter um pouco de tudo, vai ter um vereador do interior que quer ser prefeito e deputado, vai ter um pastor pentecostal que ainda não chutou nenhuma santa, um freqüentador de botequim sóbrio, uma arquiteta sarada, uma jogadora de vôlei que já saiu vestida na Play girl, uma médica urologista que usa massagem local como terapia e atende a domicilio, um jogador de pelada de fim de semana, um cobrador de pedágio da BR040 que trabalha no turno da noite, uma militante do TFP que nunca teve namorado, uma mulher que calça um sapato grandão e um homem que afina a voz quando vê a coisa preta ou faz xixi fora do urinol, ou seja: uma biba!

Se vai ter audiência eu não sei mas que vai dar confusão pode anotar, pois quem vai pagar o prêmio pode ser o Arruda ou o Murad...








Amilcar quer ser caixa de campanha!

Um comentário:

  1. Essa crônica foi publicada no Diário Regional de JF logo que surgiu o primeiro Big Brother

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sacadinha do pum